Existem diversos tipos de abordagem dentro da Psicologia, como a Psicanálise, a Terapia Cognitiva Comportamental, a Gestalt Terapia, entre outras.
A Terapia do Esquema é um tipo de psicoterapia dentro da abordagem “Cognitiva Comportamental” e tem por objetivo mudar a forma particular de encarar, interpretar e reagir aos estímulos e situações da vida.
É justamente essa forma particular e única de se comportar no mundo que cria o que chamamos de esquemas.
De Onde Vêm os Esquemas Mentais
Desde a infância, a partir da relação com nossos cuidadores, desenvolvemos os esquemas mentais.
Esquemas são formas padronizadas de se comportar e enfrentar o mundo.
Por terem sido eficazes em algumas situações, são interpretados como eficazes em diversas outras situações, persistindo e sendo repetidos até a idade adulta.
Nos primeiros anos de vida ainda não temos recursos pessoais para lidar sozinhos com tudo o que acontece.
Mas com o amadurecimento biológico e mental, com as experiências e aprendizados adquiridos com o tempo, desenvolvemos habilidades e competências capazes de trazer soluções e resultados muito mais satisfatórios.
Esquemas Mentais São Memórias Associadas
Um esquema é uma associação de memórias relacionadas às formas de pensar, de sentir e de agir, que de tanto serem repetidas se transformam em hábitos, em padrões.
A presença de estímulos relacionados a determinadas experiências vividas no passado, funciona como um gatilho que dispara sempre as mesmas respostas emocionais e comportamentais.
Esse processo tem 5 partes que influenciam-se mutuamente: pensamentos, emoções, reações físicas, comportamentos e resultados, formando um círculo que tende a se repetir e se autorreforçar.
Como se Formam os Esquemas Mentais
Funciona assim: uma vez que o estímulo é captado por um ou mais dos cinco sentidos humanos (visão, audição, tato, olfato e gustação), o cérebro automaticamente gera pensamentos e emoções, que geram reações físicas no corpo, que geram mais pensamentos e emoções, que levam a comportamentos e trazem os resultados.
E novos pensamentos e emoções surgem, tudo num fluxo contínuo que tende a se repetir de forma mais ou menos padronizada.
Ocorre que muitas vezes esses padrões que são únicos e pessoais, e que repetimos desde a infância ou adolescência, não nos levam na direção do que é importante.
E apesar de causarem transtornos e dificuldades, a pessoa não sabe como agir diferente.
Padrões Comportamentais
Mesmo tendo agora recursos pessoais capazes de resolver adequadamente as situações, você tende a usar os padrões de enfrentamento e respostas que aprendeu a usar na infância, quando aquelas respostas limitadas eram suas únicas opções.
Só que hoje você é mais experiente, mais forte e mais independente.
E sabe que é insano esperar resultados diferentes fazendo sempre as mesmas coisas.
É aí que entra a Terapia do Esquema, identificando esquemas iniciais desadaptativos, compreendendo suas origens no passado e relacionando tudo isso aos problemas do presente.
Como Trabalha a Terapia do Esquema
O tratamento envolve ajustar o modo de funcionamento mental, para lidar melhor com as situações do dia à dia.
Envolve criar novos esquemas, mais adaptativos e mais saudáveis, com base na própria experiência de vida.
A primeira parte da terapia consiste em identificar esses esquemas iniciais desadaptativos e compreender como eles afetam sua vida.
Para identificá-los, o Psicólogo americano Jeffrey Young, criador da Terapia focada nos Esquemas, desenvolveu instrumentos de avaliação na forma de questionários e inventários, entre outras técnicas baseadas na ciência.
A segunda parte da Terapia é a fase da mudança de esquemas, onde o paciente é estimulado ativamente a mudar seus esquemas de pensamentos desadaptativos para formas de pensar, sentir e agir, mais saudáveis e eficientes.
O processo usa técnicas e estratégias testadas e comprovadas, como por exemplo, registros de pensamentos e exercícios de imagens mentais.
Por fim, na terceira parte, a Terapia do Esquema envolve mudanças efetivas de comportamento à longo prazo.
Foco nos Modos de Funcionamento Desadaptativos
Os esquemas mentais desadaptativos podem estar associados a outras questões problemáticas como por exemplo, crenças limitadoras, erros cognitivos, traços e transtornos de personalidade.
Quando uso a palavra desadaptativo estou falando dos modos de ser e agir que não adaptam a pessoa às situações que ela enfrenta, que não a levam na direção do que realmente importa para ela.
E quando falo em transtornos de personalidade, falo sobre modos de funcionamento mental que trazem dificuldades no campo dos relacionamentos, na capacidade de analisar criticamente as situações, na tomada de decisões e na resolução de problemas, entre outras.
Quanto Tempo Dura o Tratamento?
A duração total da Terapia do Esquema é difícil de prever. Depende da complexidade do caso, do grau de envolvimento e da disponibilidade de cada paciente.
Geralmente inicia com uma sessão por semana. Onde o paciente vai compreender melhor qual é a situação, quais são os gatilhos que provocam e mantém a situação como está e de onde vem tudo isso.
Então, o tratamento avança e o paciente vai percebendo que há outras formas melhores de lidar com as coisas.
E enquanto ele vai experimentando novas formas de enfrentamento, vai também substituindo e enfraquecendo velhos padrões que já não servem mais.
Conforme a evolução, as sessões de terapia podem se tornar menos frequentes, passando para uma vez a cada 15 dias.
Nesse ponto o paciente já desenvolveu novas habilidades para lidar melhor com situações que antes eram muito pesadas, muito difíceis.
A seguir, a frequência pode diminuir para uma vez por mês.
E posteriormente, apenas caso haja uma recaída mais grave.
É uma linda jornada de autodescoberta e transformação, que vai trazer mais leveza, mais liberdade e mais satisfação para sua vida.
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